Novo MRSA 'Superbug' Encontrado No Leite De Vaca
Novo MRSA 'Superbug' Encontrado No Leite De Vaca

Vídeo: Novo MRSA 'Superbug' Encontrado No Leite De Vaca

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Vídeo: REPILeite - Vacinação em bovinos leiteiros: quando e por quê? - Guilherme Nunes de Souza 2024, Novembro
Anonim

LONDRES - Uma cepa inteiramente nova da superbactéria MRSA resistente aos medicamentos foi encontrada no leite de vaca e em pessoas na Grã-Bretanha e na Dinamarca, disse um estudo publicado na sexta-feira.

A variante até então invisível "potencialmente representa um problema de saúde pública", disse o pesquisador principal Mark Holmes, professor sênior de medicina veterinária preventiva na Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha.

Apelidado de uma bactéria "comedora de carne" na mídia, o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) emergiu como uma grande ameaça em hospitais ao redor do mundo, tornando-se potencialmente mortal quando infecta feridas.

"Embora haja evidências circunstanciais de que as vacas leiteiras estão fornecendo um reservatório de infecção, ainda não se sabe ao certo se as vacas estão infectando pessoas, ou se as pessoas estão infectando vacas. Esta é uma das muitas coisas que analisaremos a seguir," Holmes disse em uma entrevista coletiva na quinta-feira.

“Beber leite ou comer carne não é um problema de saúde, desde que o leite seja pasteurizado”, disse ele, acrescentando que o processo de fabricação do queijo “geralmente mata a maioria das bactérias”.

Holmes disse que a principal preocupação é que a nova cepa seja erroneamente identificada pelos testes tradicionais de triagem genética como sendo suscetível a medicamentos, o que significa que as pessoas poderiam receber os antibióticos errados.

A colega Laura Garcia-Alvarez, também da Universidade de Cambridge, disse que é "certamente preocupante" encontrar a nova cepa tanto em vacas quanto em humanos, mas disse que a pasteurização do leite o manterá fora da cadeia alimentar.

“Trabalhadores em fazendas leiteiras podem ter maior risco de contrair MRSA, mas ainda não sabemos se isso se traduz em maior risco de infecção”, acrescentou Garcia-Alvarez.

A equipe descobriu o novo vírus MRSA enquanto investigava a mastite, uma doença séria que afeta vacas leiteiras.

Eles encontraram bactérias MRSA com o mesmo gene mutado em 13 das 940 amostras de 450 rebanhos leiteiros no sudoeste da Inglaterra.

Testes em pessoas tratadas para MRSA revelaram a mesma nova cepa em 12 casos na Escócia, 15 na Inglaterra e 24 na Dinamarca.

Os cientistas também encontraram um "agrupamento" de amostras de humanos e vacas contendo exatamente a mesma nova cepa, sugerindo transmissão entre gado e humanos.

Separadamente, outro estudo divulgado na sexta-feira mostrou outra nova forma de MRSA em hospitais da Irlanda, que está intimamente relacionada a outra forma inédita encontrada na Grã-Bretanha.

"Os resultados do nosso estudo e do estudo independente do Reino Unido indicam que novos tipos de MRSA que podem colonizar e infectar humanos estão emergindo de reservatórios animais na Irlanda e na Europa e é difícil identificá-los corretamente como MRSA", disse David Coleman, da Dublin University.

"Esse conhecimento nos permitirá adaptar rapidamente os testes de detecção genética de MRSA existentes, mas também forneceu informações valiosas sobre a evolução e as origens do MRSA", acrescentou.

O anúncio dos novos tipos de MRSA ocorre um dia depois que a Organização Mundial da Saúde disse que uma bactéria E.coli letal que matou 18 pessoas na Europa é "extremamente rara" e nunca havia sido vista em uma forma de surto antes.

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